A Luta Pela Morte

Eduardo Vieira
4 min readOct 1, 2019

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(Eduardo Vieira — 01/10/2019)

Memento Mori — autor desconhecido — Itália, cerca de 1750

Estamos vivendo uma guerra terrível. De um lado o establishment impiedoso e cruel, cheio de sangue nas mãos e dono de uma máquina sinistra de extração de riqueza do povo. Do outro temos um povo dividido e algo confuso. Sem conseguir identificar o inimigo muitos ainda sucumbem às inúmeras narrativas propagadas pelos agentes midiáticos dos bandidos. Só o conhecimento poderá mudar isso, e vale olharmos para o fundo negro do coração do inimigo para melhor compreendermos a luta e o que está em jogo.

Ao espiarmos para o poço de horrores que é a mente revolucionária, nosso inimigo, observamos de cara a completa ausência de valores ou a incoerente seleção destes valores aplicados a casos específicos.

O que vem ocorrendo no campo moral é basicamente a destruição do que chamamos de valores naturais. Aqueles princípios básicos comuns à Humanidade e que floresceram sem coordenação nas mais variadas culturas. Desde os mais primários como o Respeito à Vida até os decorrentes como a consideração à Posteridade e à Ancestralidade. Estes valores tem nomes variados dependendo da cultura.

No hinduísmo, o “Rta”, o grande padrão natural e sobrenatural de onde nascem os deuses. Para os chineses, o Tao, a realidade absoluta, o Caminho. Na Torá do judaísmo, na Bíblia cristã ou na Grécia de Platão os valores fundamentais estão sempre lá, expressos, explicados, transmitidos para a posteridade como uma herança preciosa da Humanidade.

E de fato o que se entende por Humanidade depende diretamente de se estar subordinado a este Caminho.

O que alguns pensadores modernos vem fazendo há séculos é justamente diluir esses Valores e basicamente substituí-los pelo sentimento. É o que chamamos de Relativismo Moral. Nada é Bom ou Ruim. Tudo depende do sujeito que observa as ações, do sentimento desse indivíduo, dessa subjetividade.

E quanto mais afastado do Caminho ele estiver melhor será. Para os materialistas o ápice da evolução humana acontecerá quando nos despirmos de todas as ilusões transcendentais, de todos os “tabus” culturais antiquados, que nos impedem de fazer o que queremos.

E vale então levarmos isso tudo às últimas consequências. Como será o Homem quando essa mudança tiver sido completa? Quando o Caminho tiver sido totalmente soterrado e esquecido?

Temos algumas dicas no sistema de classificação populacional por pontos na China¹. Outro aroma do futuro nos chega na defesa aberta do canibalismo que já denunciei diversas vezes².

Como explica C. S. Lewis, a emoção por si só atua em completa dissociação da Razão. É tão irracional quanto um evento físico.

Se removermos o Caminho, as escoras morais sobre as quais a Humanidade se desenvolveu, o resultado a morte do Homem.

Lewis fornece como exemplo a preocupação com o coletivo. O que iria impelir um homem a agir em prol do coletivo, senão o Caminho? O que poderia instigar um homem a morrer pelo próximo?

De fato, qualquer resposta a essa proposição deve se apoiar no Caminho, em algum Valor presente neste. Como a idéia é a rejeição desses Valores temos que respirar fundo e analisar o que sobra.

Trata-se do ser humano resumido à sua vontade. Realmente, fora do Caminho sobra apenas a vontade pessoal, egoísta e mesquinha, absolutamente. É similar ao que chamamos hoje de psicopata.

Esta é a Criatura Final, o objetivo do nosso inimigo. Essa é a Morte do Homem.

Não é preciso dizer que não há nesta nova criatura qualquer força que o faça agir em prol de uma eventual posteridade. A não ser que seja para extrair desses novos seres o material necessário ao prolongamento de sua existência.

Sinceramente não me animo a contemplar o que essa coisa fará. Digo apenas o óbvio. Será desumana por definição. Se nela houver qualquer resquício de Humanidade então esta não será a Criatura Final, mas apenas um homem em estágio final de decadência.

E por esse fim que o inimigo luta. Pela Morte absoluta da Humanidade.

E cabe a nós impedir semelhante tragédia.

“A tarefa do educador moderno não é cortar florestas mas irrigar desertos” — C. S. Lewis

  • Artigo inspirado no livro “A Abolição do Homem”, de C. S. Lewis

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(1) — https://www.bbc.com/news/world-asia-china-34592186 — matéria em inglês da BBC sobre o sistema de pontos do cidadão na China

(2) — https://youtu.be/PWGVCtGgqIA — Entrevista de Peter Singer a Richard Dawkins onde comentam sobre canibalismo.

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