Mais uma vez pela brecha, meus amigos. Mais uma vez.
(Eduardo Vieira — 15/Ago/22)
No mundo cada vez mais emasculado em que vivemos, existe sem dúvida motivo para esperança. Vou revelar aqui um pequeno spoiler do espetáculo e aproveitar para informar a todos como andam as coisas.
Passamos a manhã de domingo com o figurino de templário panfletando na Paulista, entre uma figura andrógina rebolando no Mc Donald’s ao som de um funk de fazer corar um estivador e um comitê móvel do molusco. Distribuímos panfletos e o uniforme foi amigavelmente reconhecido por alguns e fragorosamente repelido por um grande lote de criaturas do pântano¹ emanando eflúvios esverdeados e nitidamente sulfurosos.
Depois fomos para o teatro e fizemos a 4a edição do show em SP. Dessa vez tivemos 10 na audiência, uma festa! Tocamos o rebu habitual e todos se divertiram muito. O que aprendi ontem foi que crianças de 5 anos aproveitam muito o espetáculo. Mas eu quero falar de outra coisa. Da masculinidade e da agressividade natural do Homem na defesa de seus entes queridos. E aqui incluo as mulheres também.
Um dos atos do espetáculo é uma adaptação dos excelentes discursos de Henrique V nas peças de Shakespeare. Mas tem um elemento importante de participação do público. Eu peço a todos que produzam um grande e poderoso grito de guerra. Selvagem mesmo, alto e forte.
Então aqui vem a mensagem de esperança. Nas quatro apresentações, sem exceção, o treino deste forte brado resultou num maravilhoso exemplo de disposição bélica. Mas, meus amigos, após o discurso, que não só é emocionante mas ainda tem uma instigante música de fundo, quando meu personagem grita “Atacar”, desembainhando a espada e servindo a deixa combinada com o público, o resultado tem sido algo realmente indescritível.
Crianças e adultos, homens e mulheres erguem suas vozes num grande grito que sem dúvida tem um forte elemento catártico e terapêutico. Gritam ali por suas frustrações, por suas revoltas, por suas esperanças e por amor aos seus entes queridos, emoção despertada pelas fortes palavras do rei inglês.
Sim, o resgate da nossa juventude passa por uma miríade de pequenos e preciosos detalhes. Mas, como é evidente pela minha amostragem, há fortes motivos para esperança.
Mais uma vez então pela brecha, meus amigos, meu bando de irmãos. Pela vitória!!
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(¹) — Copyright © Marco Frenette