Manifestação de 30 de junho de 2019

Eduardo Vieira
4 min readJul 1, 2019

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Estive lá, mais uma vez em Copa, ajudando a pressionar o establishment a respeitar o resultados das eleições e deixar o governo funcionar. Entendendo o aspecto fútil de se pedir a bandidos que nos dêem os meios de os levar para a cadeia, fui fazer meu papel de cidadão pois existe um significado histórico nesses atos que transcendem o imediatismo de resultados e o governo vai poder usar esse apoio para ajudá-lo a destravar alguma coisa.

Esse dia revelou algumas coisas interessantes deste processo de mudança grande que o país está enfrentando. Desde antes da remoção do PT do poder vem acontecendo um extenso processo que Olavo de Carvalho chamou de Revolução Brasileira. Eu achei o termo adequado. Na época pré-impeachment o foco dos agentes deste processo era a crise econômica. Dilma então foi removida por crimes contra o erário, basicamente.

Bolsonaro já vinha agindo do seu jeito há anos. Nada do que fez foi oportunista, ele pouco mudou em 20 anos. E do seu jeito ele foi eleito. Esse resultado já revelou evidentemente que a pauta econômica não era o cerne da questão. Vários economistas disputaram as eleições e tiveram votações pequenas. Algumas bizarramente assim, como o caso do Alckmin. Ele não foi apelidado de “picolé de chuchu” à toa.

Neste início de governo Bolsonaro essa divergência de pensamento se tornou mais evidente. Os “economicistas” ou “materialistas”, vou chamar assim, ficaram a ver navios. O governo começou a agir com força em pautas que eram ignoradas por eles e não por desinteresse mas por horror à qualquer influência restritiva. Pautas como aborto, família, realinhamento diplomático, etc. Alguns acompanhavam uma ou outra dessas pautas, outros se escandalizaram com todas. Mas a questão é que, em maior ou menor grau, vimos aí o motivo mais superficial da cisão dentro dos agentes da Revolução Brasileira.

Essa separação na percepção da realidade tinha que terminar por gerar ações e foi isso que aconteceu. No dia 26 de maio o MBL resolveu não participar da manifestação. Claro que vão pagar o preço pelo erro mas eu quero esclarecer que não esse erro não foi a falta de apoio naquela manifestação específica. O erro é muito mais profundo e a cisão nesse caso é bem-vinda pois vai reduzir a confusão nas lideranças e pode ainda os influenciar a ajustar seus caminhos.

Fiquei pensando aqui então sobre qual seria o ponto nevrálgico nessa discordância e cheguei a uma conclusão. O que separa principalmente a turma que apoia Guedes, Moro e Tarcísio e rejeita Ernesto, Damares e Weintraub daqueles que apoiam o pacote todo é basicamente o Cristianismo, a religião.

O povo cada vez mais assume sua crença e seu amor a Deus e me parece que seria muito difícil contornar a ausência desse sentimento pois ele se difunde e permeia por todas as palavras, tons, decisões e ações dos vários grupos.

O MBL errou por ter olhado para a realidade de forma muito materialista, mesquinha até em algum aspecto, enquanto estamos num momento que pede heroísmo, entrega, dedicação amorosa e desinteresse. Essa foi a discrepância que gerou a maior rejeição.

Da mesma forma que o MBL outros grupos e pessoas seguem em erros similares por razões diversas. Mas o cerne da Revolução Brasileira a cada dia olha mais para Deus e a cada dia percebe que essa guerra que travamos não é um mero oscilar de votos e projetos. É algo maior, muito maior.

Donald Trump não se cansa de dizer que a vitória de Bolsonaro foi das maiores da História. E o sensacional líder laranja dos EUA está certo. Foi algo sublime e talvez milagroso.

O povo nas ruas mostrou um grau de revolta maior contra a quadrilha de Brasília. Eu percebi que começa a se difundir a percepção de que pode ser necessária uma ação mais contundente de protesto. Eu mesmo falei na “Invasão da Brasília” e outros levantaram o mesmo grito.

Políticos e economistas terão grande dificuldade de compreender as forças que foram despertadas no Brasil. Temos consciência que estamos lutando num front de combate de uma guerra mundial, aliados aos EUA, à Hungria, Áustria, Israel e outros.

Não vamos esmorecer e nem nos deixaremos desanimar. Podemos, contudo, desanimar da parcimônia e talvez desanimar um pouco da cordialidade. Eu diria que estamos caminhando nessa direção.

Nossa atenção está toda focada no Congresso e no STF. Ambos já dissolveram por suas próprias iniquidades qualquer verniz de respeito que um dia inspiraram ao povo. Nada mais resta em sua defesa a não ser a nossa própria piedade e amor ao diálogo.

Eles que se cuidem para que não percamos a paciência. Essa, garanto a todos, está por um fio finíssimo.

A manifestação de 30 de junho deixou isso claro. Estamos com o governo, sob a benção de Deus e dispostos a vencer, custe o que custar. E sabemos exatamente quem somos.

Não tentem desafiar essa força.

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Eduardo Vieira
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