O Peixinho Dourado

Eduardo Vieira
3 min readMay 23, 2023

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(Eduardo Vieira — 23/mai/2023)

Intrigado com o que considero uma peculiar dificuldade de muitos em enxergar certos indícios gritantes de uma realidade nada atraente, dei tratos à bola e pensei em um aspecto que não havia considerado antes, e que divido aqui com vocês.

Um dos grandes esforços do “mundo moderno” é remover de nosso processo cognitivo a noção de dependência, ou de causa e consequência. Talvez seja um dos efeitos colaterais do excesso de informação mas atende perfeitamente aos interesses dos que querem o ser humano cada vez mais alienado, cada vez mais dependente de saídas químicas ou emocionais, cada vez mais disposto a abrir mão de seu presente mais especial, que é a própria vida.

Assim, as pessoas tentam compreender a realidade pelos acontecimentos cotidianos e, pior, por declarações que, ao contrário de estar embasadas num histórico de ações coerentes, em sua maioria são desmentidas por esse histórico.

A perda do hábito de se observar o mundo com o mínimo de preservação histórica ou, simplificando, de memória, faz com que a sociedade vá se assemelhando cada vez mais a um peixinho dourado, que não consegue se lembrar do que viu em sua última volta ao redor do aquário.

Isso nos transforma em criaturas irreflexivas. Vamos ficando simplórios, reagindo de forma quase animalesca aos estímulos variados jogados pelas várias mídias que sobrecarregam nosso intelecto, cada vez mais confuso.

Isso explica em parte a tendência assustadora de embarque em cada treta apresentada ao público, sendo que muitas dessas interessam apenas ao inimigo. Mas a percepção dessa relação implicaria já num raciocínio que está sendo cada vez mais rejeitado. É grave, isso.

No momento atual, venho lembrando a todos de algumas verdades desagradáveis e isso tem um custo, que venho pagando, em especial nos últimos meses. Enquanto a esmagadora maioria do nosso público se satisfaz plenamente em buscar “apoio para a CPMI”, como se tal barbaridade tivesse alguma chance de dar algum fruto diferente de uma fatal distração, utilíssima para os que nos conduzem ao gulag onde se lê “O Trabalho Liberta”, a realidade caminha inexorável, com o controle da direita desconectado do videogame. Mas a direita teima em não perceber.

Eu seguirei falando o que tenho dito. Minha recomendação a quem chegou até aqui e não me bloqueou é que dirija seus esforços na formação de um grupo entre os seus próximos. Se Deus quiser chegará em breve o dia em que tais grupos poderão se unir e agir de forma mais eficaz na luta pela restauração da ordem nesse país.

Até lá, estudo, disseminação do conhecimento, humildade e resiliência.

Já os previno que pode bem ser que o molusco caia, e isso será algo a ser festejado. Mas mantenham as barbas de molho pois o que nos importa realmente não é a temperatura da água da panela mas a possibilidade de sairmos dela. E esta não está nada próxima.

Coragem, amigos, porque Deus pode tudo e sempre poderemos confiar Nele. Mas lembrem-se sempre: sem a Verdade não chegaremos a lugar algum.

Toda ação atual é resultado de uma miríade de conexões que partem de intelectuais sinistros e perversos e que atravessaram décadas e séculos para agora nos assombrar. Observem sempre essa estrutura vertical que compõe nossa realidade e verão nela a resposta para muitas dúvidas e confusões.

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Eduardo Vieira
Eduardo Vieira

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