Oscar? Tem coisa melhor. Mas tão melhor!
(Eduardo Vieira — 13/mar/2023)
E passou o Oscar, com mais uma premiação extraordinariamente lacradora. Ganhou o filme de uma chinesa que salva o mundo, escrito por um par do maior grau da lacrosfera: 7o dan do lacratê, arte marginal sino-californiana.
Um dos seus dois diretores aplaudiu o fato do seu pai não perturbá-lo quando ele se vestia de drag-queen quando criança. Lembrou-se também de agradecer ao pai por não ter reclamado dos filmes “extremamente pervertidos” que fez quando mais jovem.
Como não sou definitivamente analista de cinema mas um espectador com gosto algo definido, lamentei não ter vencido o espetacular, insuperável, maravilhoso Top Gun. Mas claro que não iria vencer, afinal o filme apresenta homens de verdade, mulheres de verdade, honra, coragem, audácia. Enfim, valores que são motivo de pânico para a Hollywood que restou depois do cataclisma.
Aliás, pensando em Sodoma e Gomorra, acho que a única coisa que segura a Falha de San Andreas é o Top Gun. Com pequena ajuda de alguns bravos heróis, como Mark Wahlberg e Chris Pratt, por exemplo. Não fossem esses e o mar já teria tragado aquilo tudo, no que seria o maior desastre de poluição marinha da história do planeta, sem dúvida.
Mas eu, entre tantos merecidos resmungos, disse que havia coisa melhor. E vem reclamar o pentelho:
- “Cadê? Cadê?”
Ora, meu querido reclamante, saiba que aqui a gente promete e entrega. Se você, como eu, não tem nenhuma vontade de ver a saga lacradora do diretor drag e da chinesa salvadora, vá assistir ao maravilhoso “I Can Only Imagine”. Feito também por uma dupla de diretores mas estes são uma dupla realmente bacana: os irmãos Erwin. Eles estão com um grande sucesso rodando nos EUA agora: Jesus Revolution.
Mas voltando ao “I can only imagine”, filme de 2018. Ele conta a história de Bart Millard, o cara que escreveu a música cristã mais tocada de todos os tempos, de mesmo nome. Sua banda, na ativa até hoje, se chama Mercy Me. O filme é de uma tremenda beleza, sem chinesas lacradoras e sem distribuição racial medida a conta-gotas. Enfim, uma bela história com atuações boas e simples, valores, beleza, bondade, perdão, esperança e muita redenção. Uma verdadeira benção. Fico aqui só nos adjetivos e impressões gerais para não dar spoilers mas recomendo muito.
Tem clichês? Deve ter. Não me incomodo com clichês. Me incomodo com desconstruções, destruições, corrupções, perversões.
Dêem-me clichês com valores todas as vezes. Podem ficar com “originalidade” e barbaridades. Quem busca originalidade a todo custo vai invariavelmente enveredar pela perversão. É obrigatório.
Assistam “ I can only imagine” e depois me contem. 😀
Tenho cá uma certa inveja de quem assistirá pela primeira vez. Eu já o fiz duas vezes. Ah, lembrete vital: hidrate-se bem e leve um lenço!