Todos nós temos uma grande certeza: algo está errado!
Uma crônica sobre o anti-homem pós moderno
(publicado no Tribuna Diária em 15/nov/2020)
“I say that a man must be certain of his morality for the simple reason that he has to suffer for it.”
“Eu digo que um homem deve estar seguro da sua moralidade pela simples razão de que ele tem que sofrer por ela.” — G. K. Chesterton
Todos nós temos uma grande certeza: algo está errado. Creio que essa percepção seja real. Para alguns pode ser um sentimento, a estranheza de uma oscilação recorrente no vôo de um pássaro, um som impossível na escuridão. Para outros a coisa é mais clara. Existe uma escuridão definida e seus efeitos são conhecidos e estudados. Mas o que está no cerne da escuridão? O que representa nesse mundo o que sabemos agir para o Mal de forma transcendente?
Vamos olhar para os seus efeitos, para consequências palpáveis das ações do Mal.
Primeiramente, as nossas instituições, cujo funcionamento me impeliu a dar esse passo na análise das forças do Inimigo. O Ocidente é republicano. De uma forma ou de outra nossas nações se valem de um sistema de pesos e contrapesos e um sistema de justiça com grande similaridade, ao menos de estrutura e de esperança de funcionamento. Nossas instituições estão obviamente falhas. Rachadas, corrompidas em suas ações e em seu objetivo.
Executivo, Legislativo e Judiciário. Adicionemos a estes a mídia, elemento fundamental para a apreensão da realidade.
Aqui no Brasil é muito fácil percebermos o erro institucional. Nossa suprema corte, o STF, evidentemente falha quando cria um processo investigativo e demanda a prisão de pessoas. Falha igualmente quando pretende legislar. Nosso Senado, por sua vez, falha quando não freia os excessos da Corte. A nação é traída nesse momento pois tal freio é a única força institucional que poderia segurar os abusos cometidos pelos ministros do Supremo. Nossa mídia é evidentemente enviesada, trabalhando para o pensamento revolucionário e sem o menor amor à verdade ou aos fatos. E ficamos sem justiça, sem meios para fazê-la retornar ao bom funcionamento e sem a exposição dos fatos para conhecimento do povo. Portanto é no mínimo temerário dizermos que estamos no tal do “Estado democrático de direito”. Dessa expressão só reconheço o Estado.
Infelizmente esse tipo de problema não é exclusividade nossa. As eleições americanas deixaram claro que a imprensa de lá é igualmente um agente o Mal. Um polvo com dezenas de tentáculos e apenas um cérebro. E esse cérebro não deseja expor os fatos, como é a vocação natural da imprensa. Seu objetivo mudou.
Nos Estados Unidos podemos perceber também outro tipo de corrupção quando vemos milhares de indícios de fraude na eleição presidencial, todos para um lado: o revolucionário. É uma guerra que ainda não acabou mas que já deixou claros elementos que corroboram a teoria que estou expondo aqui.
Igualmente falham as instituições francesas ao permitir a instalação de um povo intolerante dentro de suas fronteiras. Falha a nação alemã pelo mesmo motivo. A belga, a sueca, a italiana. Mas sobrevivem, incólumes, Hungria e Polônia. E isso não é um mero detalhe.
No campo multinacional temos a Organização das Nações Unidas (ONU) agindo de forma absolutamente diversa daquela para a qual imaginamos que ela teria sido criada. Suas ações mostram total empenho em remover a identidade das nações e centralizar o poder em comitês que não foram eleitos e nem prestam contas a ninguém. O mesmo ocorre com o seu filhote, a União Européia. O Brexit mostrou bem que o povo inglês percebeu uma falha de tal magnitude que preferiu se retirar. Outros se movem na mesma direção mas se conseguirão, é incerto. O Inimigo não tem escrúpulos. Mesmo o Reino Unido está sob ameaça de retorno, seja cedo ou tarde. O Inimigo é paciente.
É quase imediato atribuir todos esses problemas e falhas a um avanço gradual do marxismo revisitado em um de seus disfarces. Mas creio que confunde-se aí uma ferramenta com o “artista”. Sem dúvida que o neo-marxismo é ferramenta vital no processo de corrupção institucional que enxergamos e cuja origem estamos tentando desvendar.
Mas o que é uma Instituição? Pode-se conversar com ela? Abraçá-la ou mesmo agredi-la? Uma instituição é um ente abstrato, um elemento criado pela mente humana para prestar determinado papel. Mas é composta por homens. E é nos homens que eu quero chegar.
Há um ano, quando de nossa crise maior causada pelos abusos do STF eu enxerguei os homens como o problema, obviamente. Mas só vi do bolo a casca.
O que é o Homem? Essa é uma definição fundamental. O Homem deve ser entendido e o mesmo deve ocorrer com a Humanidade.
Há quem pense que somos primatas que deram um soluço evolutivo e nos tornamos pensantes. Há quem pense que somos átomos ligados de determinada forma pela força agregadora e arquitetônica de uma cadeia de ácidos. Há quem pense que somos o que pensamos, ou mesmo que o nosso pensamento é a única coisa que define a nossa existência.
Uma palavra define uma estrutura, um elemento da realidade. É um símbolo que tem seu significado alterado com o tempo. O que entendemos por homem hoje traz consigo os mesmos atributos materiais que o homem da pré-história. Mas outros atributos mudaram, especialmente os morais. Ninguém confiaria uma pessoa desarmada à presença de um selvagem incivilizado. Pois afora dos filmes hollywoodianos, a barbárie exige que seus integrantes não possuam o mesmo código moral que os não-bárbaros. Portanto, não seria de bom senso confiar numa criatura que pudesse, talvez, achar perfeitamente aceitável matar um dos presentes pelo mais trivial dos motivos.
O homem como o conhecemos hoje presumidamente traz consigo um conjunto de regras morais que remontam ao passado distante. Esse conjunto eu chamo de pacto civilizacional mas creio trata-se, verdadeiramente, da Sagrada Aliança. A última grande peça desse conjunto foi-nos trazida por Jesus Cristo e compõe um dos tripés da nossa civilização. Jesus nos trouxe muitas outras coisas e veremos duas delas mais ao final.
Tendo compreendido o homem como um conjunto de atributos que inclui um código moral distinto a compreensão do que estou a expor fica mais fácil. Aliás fica mais fácil entender diversas outras coisas, absurdos nos quais cremos por serem reais mas que exigem grande esforço de aceitação.
Como, usando novamente como exemplo as eleições americanas, é possível mover milhares de pessoas a cometer uma traição das maiores a um regime democrático, que é violar o voto? Ora, o voto é o único poder do cidadão comum, dentro das regras do jogo. E o Estado deveria temer esse poder, que deveria ser capaz de virá-lo de pernas para o ar. Mas, tão certo quanto a democracia não é mais, o Estado não teme esse poder.
O que acontece, afinal? A resposta está no pacto civilizacional. Ou melhor, na quebra desse pacto. E é aqui que entrou a ideologia neo-marxista e seus diversos sabores de destruição e ressentimento. O pacto foi rompido por muitos, por gente demais.
Vejam que esse pacto é sempre rompido, isso por si só não é surpresa nem motivo para pânico. Um bandido quando aponta uma arma ao próximo e rouba sua propriedade está rompendo o pacto. E a sociedade o quer ver preso e é o que acontece usualmente em países mais avançados que o Brasil. Mas a sociedade segue acreditando nas regras do jogo e confiando.
Quando você tem um percentual suficiente da população que não aceita mais as regras, a coisa fica complicada. Pois quem não joga nas regras tem enorme vantagem, evidentemente. É por essa razão que os psicopatas não violentos atingem os píncaros da riqueza e do poder. Sem respeitar restrições morais eles tem uma vantagem. Hoje nós temos um percentual alto da sociedade que já não funciona preso às amarras civilizacionais desse pacto. E quando esse percentual atingir um determinado patamar a nossa sociedade sofrerá uma tremenda transformação.
Essa transformação já está planejada, vem sendo executada há anos e tem até nome. Chama-se The Great Reset, ou O Grande Reinício. Seu suporte prévio é a Agenda 2030, que vem preparando o terreno para os bizarros discursos que virão. Com a mídia a serviço do mesmo mestre, quem ousar divergir dos termos da nova Aliança será perseguido de forma ainda mais intensa que os conservadores são perseguidos hoje.
Nos primórdios da Humanidade Deus anunciou uma Aliança conosco. Essa nova aliança não será com Ele.
Mas voltemos ao homem pois ele é a chave de tudo. O que ocorre quando se retira do homem as suas restrições morais? Quando ele se retira do Pacto? Bem, ele se torna capaz de fraudar eleições, queimar votos, dar um violento murro por trás em um senhor caminhando pacificamente. Ele se torna capaz de queimar uma Igreja, de metralhar os habitantes de uma vila para roubar as crianças.
Em suma, ele deixa de ser homem. Ele se torna um anti-homem.
E enfim chegamos ao agente a ser combatido. E essa percepção explica o porquê de ser esse agente tão difícil de combater. Ora, ele não usa as regras do jogo. Imagine jogar Banco Imobiliário com cinco pessoas mas dois são anti-homens. Você vai ao banheiro e um do seu lado pega a Av. Paulista e a coloca na frente dele. Você retorna e reclama do roubo. Um outro jogador abre a boca para confirmar que houve roubo mas o outro anti-homem diz que não houve e que os dois homens só o acusam porque eles são negros, ou gays, ou mulheres, ou pobres. Caso isso não funcionasse, numa próxima ida ao banheiro um anti-homem mataria o homem e voltaria alegremente para avisar que aquele havia deixado o jogo e cedido suas propriedades.
Isso ocorre todos os dias nas universidades do Ocidente, quando temas conservadores são rejeitados em comissões de pós-graudação. Acontece nas agências de publicidade onde o interesse pela pauta do mestre se sobrepõe à pauta do cliente e o agente cria uma campanha cheia de ódio que gera toda sorte de boicotes. Esse agente poderá até ser demitido mas será logo recontratado com salário maior por outro agente, estando o mestre de ambos agradecido. Ao mesmo tempo um publicitário cristão terá diversas portas fechadas até que ele resolva negar sua religião e começar a rasgar o pacto.
O que fazer?
Bem, não descrevi esse tremendo problema para não comentar ao menos sobre uma forma de ação. Primeiramente, quando um adversário num jogo abandona as regras e não há juiz que acerte as coisas, é preciso entender que o jogo acabou. Outra coisa começou em seu lugar.
Se a vida comum dos indivíduos tornou-se uma ilusão, uma prisão onde anti-homens vão acumulando poder e dinheiro enquanto que os homens perdem liberdade, riqueza e oportunidade, é preciso entender esse esquema. É terrivelmente similar ao filme Matrix.
Como já declarei, o fim do jogo está bem próximo. Com o Great Reset o anti-homem terá vencido. É preciso, portanto, encarar esse desafio com a seriedade que esse merece. É preciso entender que estamos em uma guerra diferente da guerra cultural. Esqueça conservadores versus revolucionários.
A guerra é dos homens contra os anti-homens. E os homens nem sabem disso.
O establishment institucional é obviamente uma estrutura pervertida para auxiliar e servir ao anti-homem. Nossa capacidade de vitória dentro dessa estrutura é zero. É preciso subverter a estrutura. É preciso que nos organizemos como um pequeno exército. Pensem nisso tudo.
A Revelação
Para quem crê na escatologia cristã, deixo um desafio ainda maior.
Jesus quando veio viver entre nós nos forneceu um arquétipo. E disse com todas as letras que o caminho para o Céu só seria por ele. Claro que Jesus não é uma passagem. O caminho para o Céu é a santificação humana tendo Cristo como objetivo, inalcançável, claro, mas nem por isso menos útil.
Ao focar na destruição de tudo o que aproxima o homem de Cristo, fica ainda mais fácil compreender que o termo anti-homem é bem adequado. Se Jesus é o homem ideal, seu oposto seria o ideal do anti-homem. O anti-cristo.
Apocalipse 13:4 “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?”
Quão urgente é a nossa resposta e nossa preparação espiritual e material para essa guerra?